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Estudantes do IFMS publicam artigo em revista científica internacional.
A contribuição de uma planta típica do cerrado, a cagaita ou cagaiteira, para retardar a oxidação do biodiesel foi o tema central de uma pesquisa desenvolvida no Campus Nova Andradina do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS).
Intitulado "Obtenção, síntese e caracterização de ésteres metílicos e etílicos do óleo obtido a partir das sementes de cagaita (Eugenia dysenterica)", o estudo foi desenvolvido no ciclo 208-2019 da Iniciação Científica da instituição, tendo sido apresentado na última edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace).
Recentemente, um artigo que descreve o resultado da pesquisa foi publicado na revista cientifica Renewable Energy. (Energias Renováveis, em português), importante periódico internacional que visa promover o conhecimento sobre o tema, atendendo pesquisadores, engenheiros, economistas, associações e organizações não governamentais.
O objetivo do estudo foi avaliar o efeito da adição de um extrato produzido com folhas de cagaita – planta frutífera do cerrado brasileiro, que faz parte da família Mytarceae – em amostras de biodiesel de soja, visando comparar o efeito da degradação oxidativa durante o período de armazenamento de 120 dias.
A Pesquisa foi desenvolvida por meio da coleta da cagaita e de testes de laboratório realizados no IFMS.
O estudo levou em consideração a importância do biodiesel como uma alternativa de combustível produzido a partir de matérias-primas renováveis (babaçu, girassol, mamona, palma e soja, entre outras) e a vulnerabilidade do biodiesel às reações de oxidação.
“Devido à preocupação com o caráter não renovável dos antioxidantes sintéticos, surgiu a ideia de buscar alternativas com bom desempenho e que possam ser obtidas de fontes naturais e renováveis”, explica o coordenador da pesquisa e professor de Química do IFMS, Rafael Rial.
“É importante a realização de estudos que avaliam a estabilidade do biodiesel com adição de antioxidantes, visando inibir a oxidação desse combustível, para garantir que o consumidor final tenha biodiesel de qualidade”, complementa.
Resultado – Com a pesquisa, abrem-se novas perspectivas para a investigação de aditivos a serem utilizados no biodiesel, com o intuito de atender à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que recomenda pelo menos oito horas de estabilidade oxidativa no biodiesel comercializado no Brasil.
A pesquisa mostrou que a cagaita atuou como um aditivo considerável para retardar a oxidação do biodiesel, principalmente em comparação com a quercetina, outro antioxidante bastante utilizado. “Notou-se que as amostras adicionadas ao extrato foram mais eficazes em retardar a oxidação do biodiesel, em vez da quercetina”, destaca Rafael.
Equipe – O desenvolvimento do trabalho teve a participação dos estudantes Píter Santos e Luiz Felipe Melo, ambos do curso técnico integrado em Agropecuária, que atuaram como bolsistas de iniciação cientifica, e do técnico de laboratório do IFMS em Nova Andradina, Reginaldo Barbosa.
O estudo também teve a colaboração de profissionais do Instituto de Química da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Inqui-UFMS) e da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP).
Fonte: www.ifms.edu.br